Acabei de assistir o documentário Babilônia 2000 de Eduardo Coltinho. Este filme é um documentário muito bom sobre a comunidade da favela Babilônia, na zona Sul do Rio de Janeiro.
Neste sábado, dia 27, à 1h, o Cadernos de Cinema, transmitido pela TVE, exibe
Babilônia 2000.
Na manhã do último dia de 1999, uma equipe de filmagens sobe o Morro da Babilônia, no Rio de Janeiro. Lá existem duas favelas, Chapéu Mangueira e Babilônia, as únicas situadas na orla de Copacabana e cujos moradores podem acompanhar ao vivo a festa de reveillon na praia. Durante 12 horas, as câmeras da equipe de filmagens acompanham os preparativos locais para as comemorações de Ano Novo, assim como ouvem os moradores sobre as expectativas deles para o ano 2000 e fazem um balanço de suas vidas.
Documentário de Eduardo Coutinho. 2001. 90min.
Participam do debate com Vera Barroso a professora da ECO/UFRJ Consuelo Lins, a vereadora e socióloga Aspásia Camargo, o jornalista de O Globo Mauro Ventura e o jornalista e crítico de cinema Renato Lemos.
As pessoas entrevistadas são fantásticas, a favela é apresentada em sua forma crua, do ponto de vistas das pessoas que lá vivem, sua rotina diária e suas opiniões sobre a vida e o o futuro do Brasil. Uma coisa que me surpreendeu foi o descrédito no progresso de nosso país, muitos entrevistados tinham pouca esperança de que o Brasil melhoraria neste novo milênio.
No debate posterior ao filme, fiquei sabendo de que o Eduardo dirigiu o
Edifício Master, outro documentário fantástico. Lembrar que o Babilônia 2000 foi filmado antes dessa super-exposição do tema violência que pipoca nas novelas e filmes atualmente, banalizando o tema, o que eventualmente criará uma insensibilidade. A repetição da repetição cria o anticorpo da indiferênça e gera a farsa, o grande mal do século.
Ah, a maioria dos entrevistados são negros, temas como religião e racismo são tb citados nas entrevistas.
Tá na hora destes documentários aparecerem na rede, vamos democratizar o acesso.
