Os dias estão passando com sabor de sonho com bastante goiabada dentro.
mais um de meus mini-contos.
O Reencontro.08/08/2003
Ele Parou ali diante dela, estupefato, inerte.
Se quisesse poderia ouvir seus proprios batimentos cardíacos. A confusão crescia e se difundia pelos sentidos, linhas de pensamento difusos cobriam-lhe os olhos, que nada queriam ver a não ser a dona da sombra de lindas curvas projetada ao chão e quase imperceptível. Som não havia, na verdade havia aos decibéis, em meio ao caos urbano desta grande cidade neste populoso sistema vivo, não ouvia-se nada que não fosse captado pela visão. Nem tentara mover-se, cairia se tentasse. Provavelmente o corpo não obedeceria ao cérebro, de forma que os tendões e articulações se revoltariam com a enorme insensibilidade da massa cerebral e num último esforço se atirariam de encontro ao outro corpo, poucos metros a frente, estupefata e inerte.
Mais alguns segundos e seus pensamentos poderiam ser ouvidos a metros de distancia. Não sentia as pernas, este membro que sempre a desapontou nas horas mais difíceis. Ao menos um sorriso, nada, nem um simples piscar de olhos. Que tipo de música seu coração dançava agora? A dança do silencio, ou a marcha nupcial do destino em Lá menor? São nestes segundos que temos plena certeza, de que não há razão na razão, que a racionalidade é mero fruto da negação do sentimento, não é o objetivo é o resultado. Voltou a si, como uma criança exausta de tentar mover-se de forma diferente da imagem do espelho. Queria chorar e gritar, correr e fugir. Mas aprendera com ele a confrontar o destino, desafiá-lo, pedir sempre mais. E desejou uma esposa, que viesse e o removesse dali, para sempre. Ou mesmo a manifestação do gélido sorriso das pessoas capazes de esquecer. Nada.
Ele apenas pensava.
"parece uma viajem de psicotrópicos, barbitúricos, ou sonhos impossíveis de adolescemtes feias seborréicas e seus diarios igualmente espinhosos. As vezes gostava de perder o controle, só para sentir o frio da ancoragem, como a sensação que inunda a mente corpo após a tontura. Ou após o cessar do efeito"
E ela sentia.
"o que terá havido? por que me sinto assim? não vou segurar, preciso ser forte. eu quero, como nunca quis antes, eu..."
Numa fração de segundos, uma borboleta invadiu suas vidas com seu despretensioso vôo em busca de mais flores. Os quatro olhos a seguiram como se fosse a última vez. E pela primeira vez em muito tempo desde que se separaram, um gesto de afeto. Ele arrancou uma das flores onde a borboleta havia pousado, entregou a ela e deram asas a seus desejos.
quinta-feira, maio 08, 2003
segunda-feira, maio 05, 2003
Acabei de assistir um bom pedaço de Magnólia. mas não tenho palavras para descrever como me sinto agora, diante de um computador, numa sala no escuro, cercado de livros sobre particulas atomicas e coisas deste tipo. Sabia que existe uma agulha muito fina que serve para medir a estrutura dos atomos de uma superficie? que as distâncias neste caso são medidas em ângstrons, 1 angstron é tão pequeno que nossa mente não consegue imaginar algo assim. existe uma inscriçao numa pedra aqui na america do sul, acho que da civilização asteca ou inca, não sei bem ao certo, pesquisadores indentificaram um número imenso escrito nela, de tão grande que era, eles duvidaram se o povo que fez tal artefato tivesse capacidade cultural imaginar algo assim. somos poeira estelar, fruto de uma realidade criada e estamos imersos nela, quer queiramos ou não. posso sair agora desta escura sala e tomar infinitos caminhos até minha cozinha, mas mesmo assim tomarei a estrada que não traga o fim da minha existência. quando o homem primitivo ouvia o ronco da tempestade se aproximando, ele chamava de Tupã. hoje eu não tenho um nome especifico, e nem quero dar nome a algo tão infinito, pois seria tão limitador e ignorante de minha parte que não me sinto capaz de levantar qualquer teoria ou hipótese.
estou sentindo a todo momento sensações de beijos em minha boca, detalhes impressos que me acompanham durante todo o meu dia. novamente sinto em a sensação básica da natureza humana, a saudade. não existe algo mais lindo mais reconfortante que voltar a vê-la. eu quero sentir, quero que a sociedade me permita sentir, sem me enquadrar numa classificação esta ou aquela, quero poder arriscar de novo, por que sei que não há nada mais terno(lembra?) do que tenho agora dentro de mim.
seguindo a onda de informações de hj, existe um tipo novo de droga chamada ketamina.a ketamina induz a uma sensação de quase-morte, segundo descrições, sua consciência se desliga de seu corpo e vc sente que nunca mais vai voltar, imagine o momento de ver você se desligando do mundo material e entrando no escuro e profundo NADA.
agora vou para casa, escolherei um caminho curto e agradável. acho que farei um telefonema hj. tenho fome. tenho que escolher um tema para meu projeto final. preciso de grana. vou cancelar a aula de amanhã.
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sexta-feira, maio 02, 2003
Um texto que escrevi estes dias aqui no trabalho entre uma tarefa e outra.
EUs.
"Eu sou a coletividade", rainha borg - Star Trek..
Através de elucubrações mentais cheguei a conclusão de que a dita e aclamada sanidade é técnicamente improvável de ser definida, mas não tenho certeza absoluta e irrévogável sobre isso, o que pode levar a crer que sou um estudioso de minhas proprias idéias, um investigador consciente de minha auto-consciência. Teorizo que cada indivíduo possue várias co-existencias dentro de si, assim quando tomamos um decisão ou simplesmente quando passamos o tempo a nada fazer, as diversas consciências costumam dialogar dentro da cabeça, cada uma com sua personalidade particular. Mas a pessoa não se dá conta disso, ou mesmo não se importa e julga este comportamento comum. Sim, isto é completamente comum, em pessoas sociáveis ou não.
[Pessoas sociável - você, sua mãe, sua namorada,...]
[Pessoa não sociável - psicopatas em geral, um louco sujo e seu saco de loucuras sujas...]
Desta conversa entre as sub-personalidades mentais eis que surge o "Eu", a expressão externa do indivíduos, e que não necessáriamente é o que vc acha que você é. A impressão que as outras pessoas têm de você não é necessáriamente igual ao que você acha de si mesmo. A imagem de pessoa que sentimos ao olhar-nos diante do espelho é nada mais do que a nossa visão sobre nós mesmos. Uma outra pessoa e sua personalidade interna é inacessível, a não ser que ela decida mostra-lhe o que há atrás do véu intransponível da personalidade, e lhe conte sobre as vozes em sua cabeça e quando elas entram em acordo ou não. Ninguém é realmente verdadeiro se não desejar. Podem usar aparelhos, medicamenos, mas estes recursos só revelam o fim, o sabor da sopa de idéias e vozes e pensamentos misturados e servidos ao mundo externo. Ao seu mundo interno só quem tem a chave é você.
Hoje você é meu convidado, não repare a bagunça.
Há momentos somente seus, quando as vozes ficam mais nítidas. quando se acorda no meio da madrugada para ir ao banheiro, que tipo de pensamentos se têm? quem processas as silenciosas informações que vem do mundo lá fora? é realmente você, ou são vocês? Por que será que temos medo de escuro, medo do mundo lá fora? ou medo das criações originadas em nossa própria mente? Não há momentos em que ficamos assustados com as idéias que temos?
Os eus em sua mente podem entrar em acordo ou não, podem ser semelhantes ou completemente diferentes, podem ser criados e destruídos, a coletividade de sua mente é você. Assim cria-se um novo nível social, a sociedade mental. E como toda a organização, no atual nível evolutivo, há a figura do líder. A maior e mais influente personalidade, a mãe, a quem você confere maior atenção, a face do eu que organiza as coisas. Mas a mãe pode perder o controle e entrar na festa dos desejos corrompidos e morder a maçã da liberdade. A mãe pode abandonar a cria e começar um rebelião de emancipação. Se isto acontecer você pode enlouquecer no sentido mais cruel da palavra. A grande personalidade deseja tornar-se pequena, o governo Anárquico pode ser implantado em sua sociedade mental. E se alguma outra voz tomar o poder? A quem você ouvirá se seu eu não lhe ouve e as idéias ganham independência? Você soará confuso e a realidade lhe parecerá um sonho de sucessivas noites descaracterizado da noção do tempo, que na verdade não existe, mas isso é outra história.
Sublimado por Lucas Alberto em sexta-feira, maio 02, 2003 0 comentários
estou construindo o leiaute de rê: renata
Sublimado por Lucas Alberto em sexta-feira, maio 02, 2003 0 comentários
estou vivo, assim acho.
séculos e séculos, assim vejo o passar do tempo. e as placas tectônicas continuam a se mover em minha mente, blocos de crenças e desejos e sonhos em constante choque, criando e destruindo ilhas e continentes. engraçado como a vida e sua pulsante característica de levar-te de um ponto a outro com um simples ajuste de horário, ou mesmo uma breve coincidência, um encontro eventual, ou palavras breves ditas ao acaso. Uma coisa de beleza me vêm a mente sempre que tomo consciência dos ciclos, talvez eles não possam mesmo ser medidos e matematicalizados, e só quem os criou possa manipulá-los a seu deus prazer. Só gostaria que as pessoas reservassem um minuto de seu dia para tomar tino de si mesmas e sua posição no mundo, sua função, e principalmente digerir a informação mais vital de todas, que cada um que vaga sobre este pequeno planeta tem a capacidade de mudança, herdou a possibilidade de criar algo e questionar, e analisar a vida de uma forma diferente da noção que a coletividade quer nos impor. muita coisa mudou em mim, isto é claramente visível, seja fisicamente, psicologicamente, espiritualmente. agora sou formando. quando pisei na faculdade pela primeira vez, fiquei imaginando como seria minha vida ao terminar. e digo hoje ao lucas do passado, que pode não ser o mesmo agora, que tudo é formado de pedaços de diferentes tamanhos e cores e sabores e a simples existência da estrutura formada pela aglutinação das partes já nos impulsiona a colecionar as partículas de vida, saia colecionando e mostre a outros o que colheu da grande árvore, que mesmo não conhecendo pessoalmente quem plantou a primeira semente, siga um rumo seja qual for, o principal é estar desperto e não cair no grande sono da ignorância.
um livro me encontrou, estava passeando na livraria siciliano e me deparei com um tema ainda desconhecido para mim, a autora analisava a vida dos PAS - pessoas altamente sensíveis. eu sou uma delas, somos uma parte da população mundial e passamos por experiências semelhantes por causa de nossa característica especial. minha idade já permitiu ver a diferenças de visão que as pessoas podem ter, conheçi uma pessoa intimamente, tentei mexer em alguns botões dentro dela mas não foi possível. os ciclos continuam a mover as placas, que venham os furacões.
Sublimado por Lucas Alberto em sexta-feira, maio 02, 2003 0 comentários