sexta-feira, maio 02, 2003

Um texto que escrevi estes dias aqui no trabalho entre uma tarefa e outra.
EUs.
"Eu sou a coletividade", rainha borg - Star Trek..

Através de elucubrações mentais cheguei a conclusão de que a dita e aclamada sanidade é técnicamente improvável de ser definida, mas não tenho certeza absoluta e irrévogável sobre isso, o que pode levar a crer que sou um estudioso de minhas proprias idéias, um investigador consciente de minha auto-consciência. Teorizo que cada indivíduo possue várias co-existencias dentro de si, assim quando tomamos um decisão ou simplesmente quando passamos o tempo a nada fazer, as diversas consciências costumam dialogar dentro da cabeça, cada uma com sua personalidade particular. Mas a pessoa não se dá conta disso, ou mesmo não se importa e julga este comportamento comum. Sim, isto é completamente comum, em pessoas sociáveis ou não.

[Pessoas sociável - você, sua mãe, sua namorada,...]
[Pessoa não sociável - psicopatas em geral, um louco sujo e seu saco de loucuras sujas...]

Desta conversa entre as sub-personalidades mentais eis que surge o "Eu", a expressão externa do indivíduos, e que não necessáriamente é o que vc acha que você é. A impressão que as outras pessoas têm de você não é necessáriamente igual ao que você acha de si mesmo. A imagem de pessoa que sentimos ao olhar-nos diante do espelho é nada mais do que a nossa visão sobre nós mesmos. Uma outra pessoa e sua personalidade interna é inacessível, a não ser que ela decida mostra-lhe o que há atrás do véu intransponível da personalidade, e lhe conte sobre as vozes em sua cabeça e quando elas entram em acordo ou não. Ninguém é realmente verdadeiro se não desejar. Podem usar aparelhos, medicamenos, mas estes recursos só revelam o fim, o sabor da sopa de idéias e vozes e pensamentos misturados e servidos ao mundo externo. Ao seu mundo interno só quem tem a chave é você.

Hoje você é meu convidado, não repare a bagunça.

Há momentos somente seus, quando as vozes ficam mais nítidas. quando se acorda no meio da madrugada para ir ao banheiro, que tipo de pensamentos se têm? quem processas as silenciosas informações que vem do mundo lá fora? é realmente você, ou são vocês? Por que será que temos medo de escuro, medo do mundo lá fora? ou medo das criações originadas em nossa própria mente? Não há momentos em que ficamos assustados com as idéias que temos?

Os eus em sua mente podem entrar em acordo ou não, podem ser semelhantes ou completemente diferentes, podem ser criados e destruídos, a coletividade de sua mente é você. Assim cria-se um novo nível social, a sociedade mental. E como toda a organização, no atual nível evolutivo, há a figura do líder. A maior e mais influente personalidade, a mãe, a quem você confere maior atenção, a face do eu que organiza as coisas. Mas a mãe pode perder o controle e entrar na festa dos desejos corrompidos e morder a maçã da liberdade. A mãe pode abandonar a cria e começar um rebelião de emancipação. Se isto acontecer você pode enlouquecer no sentido mais cruel da palavra. A grande personalidade deseja tornar-se pequena, o governo Anárquico pode ser implantado em sua sociedade mental. E se alguma outra voz tomar o poder? A quem você ouvirá se seu eu não lhe ouve e as idéias ganham independência? Você soará confuso e a realidade lhe parecerá um sonho de sucessivas noites descaracterizado da noção do tempo, que na verdade não existe, mas isso é outra história.

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